I found out that the world moves forward without you in the worst possible way.
Whether I want or not, the sun shines for everyone
As if you are still here.
The rain wets the homeless the same way as it did when you were still around.
Flours grow, whiter and give new birth to other flowers.
The wind has the same smell
And our songs still play on the radio.
Everything is exactly the same without you
– everything: except me.
There is no sun to light up my face
Nor rain to wet my body,
Just a grey uniform of a disfigured face
With no hunger,
No shape,
No way to see the the beauty in this Dante’s Infernus.
Without you I am Acheron
In which the limbo forms a bridge
Between my existence
And the reason of my death.
I do not know which boat to take
When I’m on the shore of your body.
I know the calm before the storm
Of your water is a mask of comfort.
You too are plagued with your own existence
And no other boat stops by your port
On stormy days.
You feel alone even when the lonesome rain
drips down your face,
In the darkness where your mind sometimes
wanders,
In the grief of not knowing who you are
Or where you’re going – still.
The precious of life is discovering who we are
Along the way – together,
And figuring out that we are a fusion of two pieces
Of the same atom in the vastness that is the universe.
Two beings that eat from the same plate,
Two hearts with the same heartbeat,
An existence defined by the amount of devotion
To one another.
- A love worthy of the Gods,
With no Bible nor Qur'an.
A metaphysical love.
My life without you
Is like someone lighted a cigar
With no intention of smoking it.
I burn to ash
Waiting to be put out.
In you I find
What in me
Was incomplete.
I never knew
Someone like you:
my favorite.
Your rose from the stars
to enlighten my understanding
of the Universe.
I wrote you in verse
so that you could always love me
even in death.
because the masterpiece belongs to the artist:
You were bound to be glory
But your modesty
made you fall short on your victories.
I wrote the art that you became
And now I’m the only one that sing you:
Epically, like in an opera.
Every form of art is thought through,
Except you:
You were spontaneously born.
You are the sheer wind
That blows from the Mediterranean Sea,
The waters in turmoil,
The birds out of the soil
fleeing through the grieving clouds.
You are the storm, that I saw,
That came upon me.
The art, the phenomenon, the magnificent,
Were metaphysical generated
- I only wrote them.
I pray with this humble way of being
That you never lose whatever
It is that what you see in me.
I pray that you don’t let this world
Strip you from that tenderness with which
You touch me.
I don’t pray for another God,
I pray that you stand by me,
Even when the wind blows me away,
And death is at my door,
And the sun sets.
I don’t want nobody else by my side.
You’re an angel that fell from above
In a world that doesn’t deserve you.
You are a sweet melody for my ear;
a hidden poem;
- the answer to my prayers.
Translated by Pedro Freitas
Descobri da pior maneira que o mundo avança sem a tua presença.
Quer eu queira quer não, o sol brilha para todos como se não tivesses partido.
A chuva molha os rostos dos sem-abrigo da mesma forma como quando aqui estavas.
As flores crescem, mirram e dão lugar a outras flores.
Os ventos têm o mesmo cheiro e as músicas continuam a tocar nas rádios.
Tudo mantém o seu rumo sem ti, menos eu:
Não há sol que eu sinta
nem chuva que me molhe,
apenas um uniforme
que visto cinza
de uma cara disforme
Sem fome, sem forma
de ver o belo
No anel do
Inferno de Dante onde estou.
Sem ti o Tejo é Aqueronte
em que o limbo
faz de ponte
entre a minha existência
e a fonte da minha morte.
Não sei que barco tomar
quando estou na margem do teu corpo.
Sei que a calmaria das tuas águas são uma
máscara de conforto.
Também tens tormentas que te assombram o porto
e não há barco que pare em ti
nos dias de tempestade.
Sentes-te sozinha na solidão da chuva que te molha o rosto,
na escuridão em que por vezes a tua mente te envolve.
no desgosto de não saberes quem és ou para onde vais - ainda.
Porque o precioso de não sabermos quem somos
é podermos descobri-lo juntos,
e chegarmos à conclusão de que somos uma fusão
de dois átomos na imensidão de um mundo.
Dois seres que comem da mesma mão.
Dois corações do mesmo coração.
Uma existência marcada pela devoção:
- Um amor de deuses
sem biblia nem corão.
Um amor de engenho cósmico.
A minha vida sem ti
é como se alguém tivesse acendido um cigarro
com a intenção de nunca o fumar.
Ardo, neste uniforme cinza,
à espera que me apaguem
eu sou em ti
aquilo que em mim
achava incompleto.
eu nunca vi
ninguém assim,
tão predileto.
das estrelas nasceste
para o universo
me finalmente explicares;
comigo morreste,
deitada em verso,
para sempre me amares.
pois a obra ama o mestre:
serias glória,
mas a tua modéstia
fez-te a funesta
de viveres aquém vitória.
desenvolvi a tua obra,
agora só eu te canto
- alto como em ópera.
toda a arte é pensada,
excepto tu.
foste criada do espontâneo.
és o vento em bruto
que sopra do mediterrâneo;
as águas em tumulto,
os pássaros que num vulto
fogem p’las nuvens de luto.
és a tempestade, que eu vi,
que se abateu sobre mim.
a arte, o fenómeno, o grandioso,
metafisicamente geraram-se
- eu apenas os escrevi.
rezo, neste meu jeito de ser
para que aquilo que em mim vês
nunca o venhas a perder
rezo para que a forma como me tocas
com ternura e carinhosamente
nunca se perca neste mundo dormente
rezo não por um deus ou senhor
mas para que te mantenhas do meu lado
mesmo quando o vento for
demasiado forte,
a morte o nosso fado.
e o sol se puser.
não quero mais ninguém do meu lado
és um anjo que caiu desamparado
num mundo que não te merece.
és a melodia no meu ouvido
um poema ainda escondido
a resposta à minha prece.